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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Mágica

Era quase 18h, e ele aguardava ansioso. Quando finalmente marcou seu ponto comprovando sua saída, "biometricamente", não se importou com a leve chuva que caia sobre sua cabeça. Sentia fome, pois mal conseguiu almoçar. Pediu dois lanches num fast food próximo ao seu trabalho, comeu tão rápido quanto chegara o pedido. Foi ao ponto, pegar um ônibus para o metrô Carrão, que era mais próximo é mais rápido chegar que o Tatuapé. Chegando na estação, ouviu dizer através do sistema de som, que os trens estavam com maiores intervalos. Só podia ser brincadeira, pensou ele.
Havia comprado chiclete na hora do almoço, esqueceu no bolso esquerdo da sua calça jeans. Pouco antes da estação Sé, ela o pediu pra comprar. Ai então, ele lembrou que já tinha. Pegou um. Finalmente, a estação Barra Funda, parecia bloco de rua, no ápice da numerosa presença de pessoas. Sério, só podia ser brincadeira. Quando enfim conseguiu atravessar o mar de gente, foi a passos largos, em direção ao local do evento.
- Homens à direita senhor.
Entrou na esquerda. Voltou e pegou o caminho certo. Sem sinal de internet móvel, ligou para a amiga dela, que a acompanhava, que deu as coordenadas de onde estavam. Ele então, foi na direção. Ela, sentada ao lado da amiga, numa fileira de cadeiras vazias, parecia estar iluminada, pois a viu de longe. Seu coração acelerou. Com o traje tradicional de colação de grau, levantou-se para abraça-lo. Ele ainda não sabia como parar o relógio.
Buscou um refrigerante, pois não foi a melhor das ideias, para seu estômago, comer tão rápido, e andar igualmente veloz. Aproveitou para presentea-la com uma raspadinha, que ela tanto adora, e merecia. 
Disse que estava passando mal, quando já na fila formada para se organizar em seus lugares no palco. Foi até o encontro deles (ele e sua amiga) para tomar uma larga dose de uma espécie de calmante natural. Segurou sua mão enquanto isso. Quanta magia havia naquele momento.
Ele a viu no telão, indo para seu assento, tão linda ao vivo como naquela reprodução digital.
Durante a cerimônia, sentia-se melhor, o que o aliviou. Ele a via de longe, igualmente bela.
Ao fim da cerimônia, encontram-se onde haviam combinado. Ele foi surpreendido com o pedido dela de tirar fotos. Ele acha que conseguiu esconder sua euforia. Mas olhando pra foto, enviado por ela, posteriormente, vê-se um dose extra de felicidade. Abraçaram um ao outro, e o tempo não parou. E de novo, antes de ele, partir para longe dela. Não ouviu seu nome chamado por ela, para um último abraço naquela noite. Dormiu com a dor de saber que aquele que foi o último, poderia ser o antecessor de mais um.
Na volta dele pra casa, na estação antes dá qual ele desceria, e onde seu pai já o aguardava pra levar para casa. Um trem a frente quebrou, ao menos esse foi a informação dá companhia responsável por eles. Só poderia ser brincadeira, mas mesmo assim, nem mesmo isso, foi capaz de tirar o sorriso no rosto dele, que ali estava estampado, desde quando a viu, iluminada na fileira de cadeiras vazias. Foi um dia mágico, sem sombra de dúvidas.

"Tudo vale a pena pra te reencontrar
Me livrei de tudo aquilo e consegui mudar
Tudo que foi feito em troca de uma amizade, mas
Felicidade é poder estar
Com quem você gosta em algum lugar"