Sexta-feira, antes motivo de alegria e ansiedade, de encontrar-se nos olhos dela. De ser seu lugar pra retornar, de seu colo ser o lugar dela, com tanto pra contar e ouvir. Dia de começar um final de semana juntos, de planejar e não fazer, dia de dormir juntos.
Hoje, esses dias não passam de um amplificador de dor e angustia. De ter que ficar na esperança de receber um “oi”, ainda mais que nos outros. De se trancar no quarto, alternando entre coisas que não lhe dão satisfação, de olhar suas fotos ainda no seu quarto, e dizer em voz baixa: “Queria que você estivesse aqui. Ou me deixasse estar ai, seja lá onde você está.”
Ainda guarda a cerveja dela, na geladeira. Uma Sol que comprara, junto de uma Heineken que ele tomou ao seu lado, vendo “Largados e pelados” no Discovery Channel, fumando narguile, no dia 30 de dezembro de dois mil e dezesseis. Lembra dela sempre que abre a geladeira (E ele faz muito isso, desde sempre), e espera um dia que ela possa abrir aquela tampinha, e lembrar de quando eles as colecionavam.
Geralmente, nesse dia, a luta contra a vontade de mandar mensagem fica ainda pior, e sente que tem lutado também contra a vontade de chama-la no portão de sua casa. Lutar contra suas vontades é difícil, pior ainda quando são as vontades do seu amor por alguém, e impossível lutar contra o coração.
Continuar lutando contra aquilo que pode, é o que fará (mesmo que um e-mail seja enviado, só pra ela saber que ainda, ele esta lá).
Amanhã estará sozinho novamente, no dentista, mas preferia estar com ela, em outro país.
Ele a ama, incontrolavelmente.
Demorou a perceber, que na há nada que ame mais, que sua parceira.
“Quanta dor cabe num peito
Ou numa vida só?”