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quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Ela

Afinal, como ela é, aos olhos dele?
O que teria ela de tão especial, a ponto de criar todas essas sensações nele?
Bom, sem exagero, teríamos de ser detalhista como os livros de J.R.R. Tolkien, mas essas particularidade ele leva no seu coração, e é dele.

Tinha cabelos artificialmente loiros, quando mais nova, tratava-os com mais atenção, teve que abrir mão de alguns cuidados por outras prioridades. Mais recentemente, mudou o estilo, adotando as luzes ao invés de tingimento da raiz às pontas, ficou ainda melhor.
Seu nariz é engraçado, você o nota-o quando a conhece,  mas acostuma e vê que não é de se criticar. Uma de suas orelhas possui marca de um piercing que colocará antes de conhece-lo, e decidiu tirar com o tempo, convenhamos, já não era tendencia.
Tem três tatuagens, na coxa, um elefante imponente, robusto e belo, batizado de Marfino, No final do antebraço, oposto ao punho, uma mandala, que deve ter doído horrores, ela jura que nem tanto. Na costela, a frase "Bury all your secrets in my skin", trecho da letra da musica Snuff, do Slipknot, banda favorita dele, desde sempre. Brincava ele que essa ultima era de cadeia, e que tinha coloração verde. Era apenas brincadeira, ela é linda em seu corpo, e a fonte é impecável. Essa ela assume que doeu.
Suas mãos, ele faz uma pausa para tentar senti-la tocar sua pele, sempre que lembra dela, mais macias que o pãozinho egg sponge da Panco, e acredite, o cheiro de sua pele é ainda melhor. Mãos essas que são pequenas, desenhadas com perfeição, "rechonchudas" ideias para dar formas às coxinhas. Devia ser ótima com massinhas de modelar, quando criança. 
Sua pele, como dito, tinha seu cheiro próprio, único, um perfume que ampliava quando deitada ao seu lado, principalmente nos dias de frio. Há várias pintas pelo seu corpo, uma até em formato de coração, outras que juntos parecem formar um objeto geométrico, parecidas com as que ele tinha.
Suas coxas são grossas, não exageradas, perfeitas, lindas, com uma textura inexpressável. Até sua canela (sim, acredite) é incrivelmente bonita.
Tem curvas acentuadas, perigosas, rodeadas por paisagens que te fazem perder o rumo, o se encontrar de vez. 
Seu alargador deve ter hoje 6mm, considera ideal entre 6 e 10mm, mas mesmo que fossem 4 ou 12mm ainda sim, seria ótimo.
Seus dentes, alinhados por aparelhos, eram pequeninos no tamanho, grandes na beleza. Um canino fugia levemente desse alinhamento, nada demais. Ele sempre comentava, ela sempre negava.
Seus lábios, macios, grossos, sem exagero, que fazem um estrago no coração dele quando de batom vermelho, ou mate bem escuro, apeser de o encantar de qualquer forma. Só sentia-se chateado pois queria beija-la a todo momento, mas assim também coloraria os seus, que são bem menores.
Suas roupas variavam de menina adolescente, a mulher imponente, ele adorava o estilo levemente hippie dela, saia longa, blusinha mostrando seus ombros sutilmente largos, chinelos havaianas, ou até mesmo a sapatilha que ganhara de sua avó.
Um perfume melhor que outro, mas dois, são incomparáveis, com qualquer mulher, de qualquer lugar do mundo. Chanel Nº5, puta que pariu, e o enigmático, clássico e inigualável, Sole mio, de Paris, um misterioso cheiro que, em seu pequeno tapetinho onde ganhou kinder ovos em uma páscoa, pode sentir o cheiro até hoje. Inigualável. Iria à França para presenteá-la, agora que já não há superstição.
Seu quadril era desenhado milimetricamente entre as  linhas da perfeição, há quem ache largo, ele? Divino!

Quando bem humorado, e na medida certa, conseguia um sorriso sincero dela, suas bochechas avermelhavam e forçavam suas pálpebras inferiores para cima, deixando espaço apenas para o brilho dos olhos, e quando ria assim, colocava a mão sobre a boca, tentava fazer silêncio, forçava, e fechava os olhos, enquanto presa em seu corpo, a alegria que tentava sair fazia sua barriga vibrar, chegou a derramar lágrimas de tanto rir.
Quando na postura de ataque, preparada para dar murros, cerrava seus punhos e ao invés de apoiar seu polegar no dedo do meio, fazia um "joia" e descia esse polegar como quem aperta um botão, ele amava isso, e sempre reparava.
As vezes sentada no sofá, comia unhas e cotículas, deixando cair vestígios desse mau habito em seu tórax, isso nunca o incomodou, exceto pelo fato que de assim, suas unhas não cresceriam. Hoje, percebe que isso era um exagero.
Adorava quando ela o chamava de "maluco!", quando "brava", lançava um "ah é!" antes do nome dele, isso lembrava muito quando na escola ela estava.
Sempre foi péssima em vídeo game, tem lá seus grandes feitos no Kinect, mas com o Joystick na mão, era o oposto dele, entretanto, não foi assim em todo tipo de jogo. Os de tabuleiro, por exemplo, era surreal sua habilidade. De invejar quaisquer que fora seus oponentes no "imagem & ação", exceto pelos eternizados: touca/toca (onde confundira um ao outro) e Meridiano de Greenwich. Suas habilidades em cartas também eram notáveis, principalmente em Poker. Ele amava ser seu dealer, ver sua dama blefar, ou derrubar cada adversário com uma mão poderosa. As vezes pareciam ter o martelo de Thor, Deus do trovão, apenas com 2 cartas. Era estrategista, mas não muito lógica.

Atenciosa como ele nunca fora. Sempre disposta a ajudar sem esperar algo em  troca, carinhosa, talvez alguns pontos percentuais a menos que ele, talvez. Preocupada com o meio ambiente, assim como ele. Amadora feroz dos animais, sim, muito. Um exagero conveniente. 
Artista, dotada de um talento criativo encantador, resolveu mais rápido que o tempo de preparo de um miojo, o nome de uma coruja da campanha publicitária do trabalho dele, o Sabino. Foi escolhido com votação unanime, aliás. Dona de desenhos que sempre tirou seu folego, suas criações de rostos com cílios exagerados no tamanho e na beleza, sempre o faziam pensar "é disso que eu estou falando". Seu sucesso é questão de tempo. Na mesa do computador dele, há um par de olhos desenhados num pequeno pedaço de papel, dizendo: "I can't take my eyes of u", um rabisco encantador, mais um, por sinal.

Ainda há muito conteúdo sobre ela, que o guardará em seu coração.

Mas quis citar apenas mais um.

Não precisam ser azuis ou verdes pra chamar a atenção, precisam ser belos, e transmitir os seus mais diversos pensamentos, tem que penetrar, através da janela da alma de outra pessoa, faze-lo sentir onde sua espinha termina.
Seus olhos são o que de mais excepcional seu corpo tem, castanhos escuros, grandes, brilhantes e fatais. Ampliado era sua beleza quando contra a forte luz, ou a escuridão, curiosamente esse brilho era incrível em ambas situações. Seus olhos sempre transmitiram variadas energias, na maioria delas, o fortaleceu. Porém nas ultimas, o estremeceu.

Tem claro em sua cabeça cada detalhe do corpo dela, suas imperfeições que equilibravam, e o fazia lembrar de que ela é uma mortal, não de fato uma Deusa. Pode vê-la quando fecha os olhos, com pouca concentração, sente seu cheiro, mas não seu toque. Não sentiria mais.