Chegou em
casa, com calor e desanimo. Subiu para tomar um banho, não sem antes pegar a
maquina de cortar cabelo, decidiu faze-lo sozinho, ela era responsável por
isso. Fazia com louvor, de uma forma que ele se sentisse confortável.
Odiava
cabelereiro, então, mais uma vez, lhe sobrou apenas si mesmo. Tirou parte do
comprimento com uma tesoura parcialmente cega, adicionando mais dificuldade ao
que já não era fácil. Ao terminar, olhou no espelho, não se importou com o que
viu, sua aparência já não era algo com o que se preocupar. Passou a mão para
sentir a diferença, viu que a parte da nuca, dispunha de fios maiores que
acima, novamente tratou com desdém.
Recebeu
uma mensagem de um bom e velho amigo, cobrando a visita na hamburgueria que
marcara ano passado, contou-lhe o ocorrido e foi chamado para conversar. “Seria
esse o verdadeiro amigo, aquele em que posso confiar?”, pensou, “Talvez não”,
retrucou então. Preferira desabafar com alguém que profissionalmente saiba
ajudar, entrou em contato com um consultório, sua ajuda começa na próxima
terça. Entrou em contato então com um estúdio de tatuagem, agendou uma sessão
para marcar na sua pele, o que havia prometido a ela, algo par nunca esquecer,
algo pra marcar a mudança de suas atitudes para com seu amor. Mesmo, agora sem um, sem o maior, sem o único, quis faze-lo, para
si, mais uma vez, lhe sobrou apenas si mesmo.